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... com sons e imagens... mas também silêncios, se fará esta conversa ... sempre ao sabor das palavras ...
As cores do Outono pintavam a cidade de tons amarelos e ocres e o friozinho, sobretudo de manhã, fazia-nos enfiar o nariz no cachecol. Ao longo do dia, porém, o sol aparecia e a temperatura subia. A chuvinha miúda também deu um ar de sua graça.
O centro a partir do qual eu partia à descoberta da cidade era a Praça Bellecour, situada a meio caminho entre a cidade velha e a nova, onde se situava o meu hotel.
Praça Bellecour
A Lugdunum romana, espalha-se pelas margens dos rios Saône e Ródano e pelas colinas de Fourvière e da Croix-Rousse.
Na colina de la Fourvière, para além da Basílica oitocentista com o mesmo nome, em estilo ecléctico...
Basilique de la Fourvière - Interior
.... encontram-se os dois teatros romanos – o Grande Teatro, o mais antigo da França (15 a.C.) e o Odéon, mandado construir pelo imperador Antonino, em meados do século 2º.
O Odéon
O núcleo medieval da cidade ocupa a margem direita do Saône, para lá da Presque’ île. Ali se encontra o bairro do Vieux Lyon e o grande conjunto de construções renascentistas dos séculos 15 e 16, classificadas como Património Mundial da Unesco, que se desenvolveram em torno de três edifícios religiosos Saint- Georges, Saint- Jean e Saint Paul.
Fachada renascentista e traboule
Muito interessantes são as traboules, passagens cobertas entre edifícios e ruas, por onde circulavam os tecelões da seda, a coberto das intempéries. Ali se abrem portas para os vários andares dos prédios e se atravessa rapidamente de uma rua para outra sem necessidade de contornar os quarteirões.
Traboule
O passeio de barco no rio é interessante e dá-nos uma perspectiva diferente da cidade.
Os bouchons são de fugir! Restaurantes que servem comida local e que a propaganda turística ‘vende’ como de grande qualidade. A comida é gordurosa e, para mim, sem qualidade de confecção e de sabor.
Num outro dia continuarei a falar de Lyon.
A meio da tarde, começou a azáfama do embarque no paquete, a acomodação na cabine e, finalmente, a partida do cais. Devagarinho, a enorme fortaleza flutuante deslizou, deixou para trás Copenhaga e fez-se ao largo.
Durante muito tempo, enquanto houve luz, permaneci no deck superior, olhando as casinhas coloridas das margens, tirando fotos e mais fotos para recordar aquele deslizar vagaroso e sem balanços.
Hoje, o que me resta, é o que ficou nos meus olhos, porque a minha adorada câmara analógica não passou nem um milímetro de filme!
Quando anoiteceu, foi a descoberta do interior daquela fabulosa cidade flutuante: corredores e escadarias, restaurantes, lojas, bares e cinema, piscina, tudo ali cabia, naquele barco gigante de vários andares. Jantar buffet, última bebida num dos bares e regresso à cabine para o resto das cerca de 17 horas de navegação até Oslo.
Ao amanhecer, pequeno-almoço e desembarque por volta das 9 h na capital da Noruega.
Oslo não me conquistou. Não sei porquê, mas há cidades que cativam só de olhar, outras nem tanto.
Recordo o edifício da Câmara da cidade de tijolos escuros...
... que também revestem o edifício da Universidade
O palácio real, de tons claros e no meio de um parque pareceu-me bem mais agradável
O extenso Frognerparken, famoso parque urbano, também chamado Parque Vigeland, povoado de inúmeras esculturas de granito e bronze da autoria do escultor norueguês Gustav Vigeland, apesar de agradável, não me tocou particularmente.
Gostei bem mais do Museu dos Barcos Vikings, claro e espaçoso.
Gostei bastante da visita à estância de Holmenkollen com a sua enorme pista de saltos e da deslumbrante vista, lá de cima.
Mas, o que realmente me encantou, foi a guia local: uma senhora de mais de 60 anos, pequenina, magrinha, com a pele do rosto sulcada por um emaranhado de pequenas rugazinhas, cabelo quase branco de tão loiro, olhos de um azul cristalino, que falava de modo entusiasta da sua cidade e que irradiava luz!
Sim, essa foi a sensação que tive em toda a Escandinávia: aquelas pessoas parecem irradiar luz! Parece que retiram luz ao Sol, nas poucas horas em que podem desfrutar dele, a armazenam dentro de si e depois a espalham por onde passam.
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