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... com sons e imagens... mas também silêncios, se fará esta conversa ... sempre ao sabor das palavras ...
A terceira exposição que vi no MASP, em meados de Outubro foi a de LUCIAN FREUD - CORPOS E ROSTOS, inaugurada a 28 de Junho de 2013 e que estará patente ao público até 2 de Fevereiro de 2014, com curadoria de Richard Riley e Delphine Allier e colaboração de Teixeira Coelho.
Esta mostra traz pela primeira vez ao Brasil as obras deste artista, sobretudo a sua produção gráfica.
As obras são de dois períodos distintos: a década de 1940, quando ainda jovem fez algumas gravuras experimentais e, a partir da década de 1980, quando, usando a técnica da água-forte, criou obras, nomeadamente nus e retratos, que alguns consideram extraordinárias e que já foram descritas como “uma conquista paralela à suas pinturas”.
A exposição apresenta ainda ao público seis quadros: um autorretrato do começo de sua carreira e cinco pinturas de diferentes décadas, incluindo Girl with Roses, de 1947-48.
Estão ainda patentes na exposição 28 fotografias tiradas por David Dawson, seu assistente, amigo e fotógrafo oficial, que nelas regista os movimentos do artista e dos seus modelos, no atelier, e às quais procurou imprimir a mesma dramaticidade das pinturas de Lucian Freud.
Lucian Freud por Teixeira Coelho:
Lucian Freud praticou o que se pode descrever como humanismo incômodo. “Pinto o que vejo, não o que você quer que eu veja”, costumava dizer aos que o censuravam por um verismo que julgavam exagerado. De fato, Lucian Freud mostrava um comprometimento total com seus modelos, persistentemente buscando apreender toda sua verdade, que ele via como algo invasivo e perturbador, não tranquilizador. Essa persistência o levava a gastar 18 meses de trabalho com uma modelo, sete noites por semana, para chegar à obra final.
Outra persistência sua foi com o figurativismo, que não abandonou em nenhum momento. Essa insistência chegou mesmo a causar escândalo quando, em 1976, uma exposição na Hayward Gallery de Londres organizada pelo também artista R.B.Kitaj defendeu o que este chamava “Escola de Londres”, reunindo artistas como o próprio Lucian Freud, Frank Auerback, Francis Bacon, Leon Kossof e outros que faziam do figurativismo um elemento de resistência contra o abstracionismo dominante. Abstracionismo, com Lucian Freud, só aquele acidentalmente feito por seus pincéis quando os limpava nas paredes de seu ateliê, sobrepondo mancha de tinta a mancha de tinta...
Confesso que não aprecio as obras de Lucian Freud, mas aqui fica a referência para os apreciadores que forem, entretanto, a São Paulo.
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