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... com sons e imagens... mas também silêncios, se fará esta conversa ... sempre ao sabor das palavras ...

Na chamada silly season há alguns fenómenos recorrentes (para além dos incêndios) que eu nunca consegui entender.

 

Primeiro - os inúmeros festivais que se multiplicam como cogumelos pelo país fora. Parece não haver terrinha que se preze que não tenha o seu festivalzinho ou festivalzão. Qualquer tema serve, ou mesmo não havendo tema. Desde que não faltem outras coisas...

Que os organizem até não me espanta: é negócio. O que sempre me espantou foi a afluência aos ditos!

Porque nalguns deles a entrada não é gratuita. E, ao longo de todos estes anos de crise (?), nunca os ditos festivais (mas também os concertos realizados ao longo do ano, com pavilhões esgotados) estiveram às moscas.

Donde vinha o dinheiro? Como é que em anos onde não havia dinheiro para comer, para pagar as prestações da casa, o cartão de crédito e outras coisas mais, pais e filhos tinham dinheiro para isto?

E, depois, parece não interessar muito as condições em que decorrem: fica tudo mal da barriga? – ninguém imagina do que poderá ser (o cartoon de Henrique Monteiro, hoje no Sapo, está demais); os carros ficam feitos em churrasco? – que importa? o que interessa é que os donos foram ao festival !; morrem por excesso de droga? ah, mas é tudo tão cool, tão zen e tão alternativo…

 

Segundo - outro fenómeno não menos inexplicável são os milhares de euros gastos pelos municípios em festividades gratuitas. São centenas de milhar de euros em cachets a artistas que são contratados para entreter o pagode que não paga nada!

Como é que as Câmaras se podem dar ao luxo de esbanjar assim o dinheiro, quando deveriam aproveitá-lo para investir noutros sectores?

Eu não digo que não promovessem essas festas, mas, ao menos, cobrassem entradas, mesmo que a um preço módico. Sempre entrava algum dinheiro para os cofres dos municípios.

Se estão assim tão bem de finanças porque é que nos aumentam o IMI? O nosso rico dinheirinho vai então para isto?

 

É preciso fixar gente no interior, promover a natalidade, desenvolver a agricultura e as indústrias, fazer saneamento básico, arranjar escolas, centros de saúde, investir em bibliotecas, publicações, etc, etc. São os festivais e as festas que atraem gente de modo permanente para esses concelhos? Claro que não!

Veja-se que até os refugiados que (teoricamente…) não têm onde cair mortos, fogem a sete pés dos lugares onde os colocaram. (Será que contratando mais um cantor pimba eles ficariam satisfeitos e não iriam embora?) Se eles não querem lá ficar, imaginem os naturais…

 

Portanto, do panis et circensis (pão e circo) romanos, actualmente, parece apenas ter restado o circo…

E pronto, estes são alguns dos mistérios para os quais ainda não encontrei respostas.

Festivais-Musica.jpg

(imagem tirada da internet) 

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