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... com sons e imagens... mas também silêncios, se fará esta conversa ... sempre ao sabor das palavras ...
Como dizia no último post, Copenhaga tem muito mais para ver.
Que lembro melhor?
- os dois palácios reais, o de Christiansborg, que foi usado como residência real até ser destruído pelo fogo, no século XVIII... (depois reconstruído, claro!)
... e o de Amelienborg, residência dos reis da Dinamarca, desde essa data;
- a tão falada Sereiazinha;
- o edifício da Bolsa, construído no século XVII, ao estilo da renascença alemã;
- o castelo de Rosenborg, também construído no século XVII, ao estilo da renascença alemã;
- a fábrica de cerveja Carlsberg.
Mas, Copenhaga tem também três bons museus:
- o National Museet, que reconstitui a história da Dinamarca desde tempos muito recuados. Lembro-me, sobretudo, das peças medievais que permitem a reconstituição do quotidiano camponês.
- o Ny Carlsberg Glypotek, que apresenta a colecção privada do cervejeiro Carl Jacobsen, fundador da Carlsberg que, para além de peças da Idade Antiga, tem uma boa colecção de arte europeia, sobretudo de impressionistas e pós-impressionistas e uma boa colecção de esculturas de Rodin.
- o Statens Museum for Kunst, com uma belíssima colecção de pintura composta por obras que vão desde o Renascimento até à época contemporânea.
Gostei muito deste museu! Mas, foi ali também que, uma vez mais (porque já me aconteceu noutros lugares!) me confrontei com a minha eterna dúvida sobre as fronteiras da arte e da não-arte.
Há, neste museu, grandes salas destinadas a apresentar instalações.
Portanto, depois de ter feito todo o percurso dentro do museu, eis-me dentro de uma sala enorme, pintada de branco, onde se viam, três coisas:
- a primeira: no canto superior direito, pendurada junto ao tecto, uma grande régua de madeira de onde pendia, totalmente cortado em tiras, um tapete, persa ou tipo persa.
- a segunda: no centro da sala, pendendo do tecto, viam-se duas cordas tendo cada uma, em cada ponta, uma esponja amarela, daquelas que compramos na drogaria, para fazer almofadas ou para lavar qualquer coisa.
- a terceira: algures na sala, via-se um carrinho de metal, daqueles de pedreiro, cheio de argamassa e, ingenuamente, pensei que andavam em obras. Mas não, era a terceira obra de arte.
Não sei quem eram os autores, nem me interessou saber!
Nestas ocasiões, eu interrogo-me porque é que aquilo merece figurar num museu e porque é que aquilo pode ser arte.
Além do mais, os artistas podiam fazer as mesmas peças, mas em tamanho mais pequeno...
Mas, normalmente, ocupam salas inteiras!
Teoricamente, eu sei porquê... porque, a teoria, essa, eu sei-a toda!
Fico sempre com a sensação de que estão, pura e simplesmente, a gozar comigo.
E, depois fico até um pouco zangada com essa sensação.
Até porque eu não sofro, propriamente, de iliteracia artística, antes pelo contrário…
Então, porque é que não gosto, apesar de saber, racionalmente, que todos os clássicos foram vanguardas, na maior parte das vezes incompreendidas, no seu tempo?
Também não adianta ler o que críticos e textos explicativos dizem: a maior parte das vezes são discursos sobre o nada que é o nada que aquilo é, tentando dar-lhe a coerência que nunca teve...
Vi há pouco tempo na tv, um filme muito bom sobre esta questão. Mas, como é que se chamava mesmo o filme...?
Mas, eu não desisto e continuo a ir a museus de arte moderna e contemporânea.
Quem sabe se, um dia, não sou misteriosamente iluminada ?!...
Hoje, uma violinista dinamarquesa contemporânea - Catya Maré
Catya Maré - Sunny Time |
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