Essa ofensiva, a chamada Batalha da Normandia, marcou o início da libertação da Europa do domínio nazi.
Numa operação secreta e muito bem concertada, os Aliados desembarcaram, em praias (a que deram nomes como Omaha Beach, Utah, Juno, etc.) milhares de homens que enfrentaram os nazis colocados estrategicamente em abrigos escavados nas terras sobranceiras ao mar.
E, muitos daqueles soldados aliados que desembarcaram em vagas sucessivas nas praias, foram, logo ali, ceifados, às centenas, pelo fogo nazi.
Quando se lê ou fala sobre isto assim, genericamente, quase num tom épico, tudo parece ter sido rápido e quase fácil.
Até mesmo quando consultamos dados sobre as perdas humanas durante o conflito, os números parecem não ser mais do que números, nada mais que meros dados abstractos.
Acho que esses números só se tornam concretos quando se visitam os cemitérios de guerra.
Entrar nos cemitérios de guerra na Normandia foi, para mim, uma experiência muito marcante.
Visitei primeiro um cemitério de guerra americano: verde, amplo, luminoso, alegre até, iluminado pelo sol que tornava ainda mais brancas as milhares de cruzes, cravadas na relva, a perder de vista.
O que dói, é pensar que cada uma dessas cruzes representa uma vida que se perdeu...

Visitei depois um cemitério de guerra alemão.
Completamente diferente do americano: um extenso relvado sob a sombra das árvores, salpicado de grupos de cinco cruzes escuras, separados uns dos outros, e cheio de pequenas placas de barro castanho onde foram gravados os nomes dos mortos...

B. Britten, War Requiem - Dies Irae |